terça-feira, 8 de outubro de 2013

Saber mais sobre: o auto-de-fé

 
Terminada a sessão de tortura, seguia-se o julgamento do réu, a última etapa do processo, que antecedia o auto-de-fé. Os que eram condenados a penas leves – como cárcere e hábito penitencial perpétuo, bem como a flagelação – caminhavam com uma vela nas mãos.
Na frente do cortejo seguiam-se os condenados a  morte, entregues à justiça civil para serem
 Havia também o caso daqueles que, condenados à morte se arrependiam e pediam para morrer em Cristo, era primeiramente estrangulado e depois atirado a fogueira , bem como aqueles que fugiam eram queimados em efígie, ou seja, simbolicamente, substituídos por um boneco de pano. Nem mesmo aqueles que morriam nos cárceres eram poupados, pois seus ossos eram entregues às chamas nos autos-de-fé. Assim, é inútil tentar fugir, tentar se esconder, pois, o julgamento da Inquisição não poupa ninguém, nem mesmo os mortos.
Havia dois tipos de autos-de-fé, os públicos e os privados. Estes se destinavam aos casos menos graves ou especiais (julgamentos de pessoas pertencentes à alta nobreza), aqueles eram enormes festas populares. Dispendiosos os autos públicos realizavam-se uma vez por ano. Construíam-se estradas, utilizava-se mobiliário, decorações, tinham longa duração, ou seja, duravam o dia todo e, às vezes, dependendo do número de réus estendiam-se até altas horas da noite, chegando mesmo até o dia seguinte. Com o passar do tempo, o caráter festivo e sua ostentação aumentaram e eram convidados reis, infantes, toda a corte para assistirem de camarote a execução e humilhação dos transgressores da sociedade.
Durante esta festa, os acusados ouviam suas sentenças e os condenados à morte, depois da cerimónia eram conduzidos ao queimador. Esta festividade iniciava-se com a procissão dos réus, seguida de uma missa, na qual o teor do sermão era a essência de toda a cerimónia. Não raras vezes eram, celebrados, juntamente com a matança, casamentos reais, razão pela qual os autos-de-fé eram comemorados com grande festa, pompa e requinte.
Seguia-se a partir daí a leitura das sentenças e a execução dos condenados a morte. Esta última parte era a mais esperada pelo povo, pois das aldeias mais distantes chegavam curiosos durante todo o dia. Apinhavam-se uns sobre os outros para ver melhor as roupas, toaletes, cabelos das condessas, das princesas, das nobres damas da corte. Depois de dadas as sentenças, o povo corria para a queimadeira, para ver como se salvavam as almas.
Em nome de Deus se julgava os hereges e se condenava à morte aqueles que ferozmente se opusesse a ordem vigente ditada pela igreja católica. Não pode-se esquecer que, em nome desse mesmo  Deus se perseguia e se condenava a morte muita gente que, pela sua posição económica interessava aos cofres da igreja.
queimados vivos. Eis um aspeto interessante. Por ser um tribunal eclesiástico o Santo Ofício não podia executar seus condenados, ou seja, aos olhos de Deus não era a igreja quem matava, pois a esta cabia apenas julgar, a decisão de fazer valer o julgamento cabia a justiça dos homens e estes é que teriam que se acertar com o Todo Poderoso se caso não fizessem valer a determinação do Santo Ofício.

terça-feira, 1 de outubro de 2013